Pela adesão verificada nos locais de trabalho dos sectores público e privado, pela imensa participação nas manifestações e concentrações realizadas no mesmo dia e pelo apoio expresso pela opinião pública, a Greve Geral de 24 de Novembro passado constituiu uma extraordinária demonstração de força e determinação e um marco assinalável na luta dos trabalhadores e trabalhadoras portugueses.
Uma luta que – face à dimensão e profundidade da ofensiva em curso – urge intensificar: em defesa de caminhos alternativos e de direitos e conquistas históricas; pela valorização do trabalho e dos trabalhadores; por um futuro com direitos para as novas gerações; pelo incremento do sector produtivo; em defesa da democracia e da soberania nacional.
Enquanto os grandes grupos económicos e financeiros continuam a engordar e são poupados, o governo e a Troika querem e provocam o empobrecimento generalizado da população, à medida que intensificam a exploração de quem trabalha: pretendem legitimar os despedimentos sem justa causa, afrontando a Constituição da República; reduzir as indemnizações por despedimento; diminuir o subsídio de desemprego e estigmatizar os desempregados; atacar a contratação colectiva, os sindicatos e o direito de negociação; roubar os subsídios de Natal e de férias a trabalhadores e pensionistas; aumentar brutalmente os impostos e os preços de serviços e bens essenciais; cortar drasticamente na saúde, na educação, na protecção social; extinguir serviços públicos e privatizar empresas e sectores estratégicos.
Por isso, se sucedem as lutas, em Portugal, nos locais de trabalho e na rua – de trabalhadores, desempregados, jovens, mulheres, reformados e pensionistas e outras camadas da população, vítimas da brutal ofensiva.
12 A 17 DE DEZEMBRO – SEMANA DE PROTESTO E LUTA
CONTRA O AUMENTO DO HORÁRIO DE TRABALHO, CONTRA O TRABALHO FORÇADO
PELO EMPREGO, PELOS SALÁRIOS, PELOS DIREITOS
O governo decidiu agora aumentar o horário de trabalho de 40 horas para 42,5 horas semanais, com criação de uma bolsa de 10 horas mensais, com a qual pretendem forçar os trabalhadores a trabalhar, gratuitamente, um sábado por mês.
A competitividade das empresas não passa pelo aumento do horário de trabalho, nem pela redução dos custos salariais que, em Portugal, não ultrapassam 15% dos encargos totais das empresas. Passa pela melhoria da organização e da gestão, pelo valor acrescentado dos produtos e serviços colocados no mercado, pela inovação e modernização, pelo combate à economia paralela.
HÁ ALTERNATIVAS, VAMOS LUTAR POR ELAS!
POR UM PORTUGAL DE FUTURO!
Graciete Cruz
Secretária Internacional
Comissão Executiva
CGTP-IN