Quim Boix, membro do Conselho Presidencial da FSM abordado o seguinte discurso na Conferência Internacional de Solidariedade com o povo palestino, em Ramallah, na Palestina no dia 22 de março 2012:
Camaradas e colegas.
Como dirigente do sindicalismo de classe em Espanha desejo saudar esta Conferência de Solidariedade com o Povo de Palestina, o povo que nos recebe nestes dias e que merece toda a solidariedade da classe operária de todo o planeta.
Os sindicatos de classe espanhóis sempre impulsionámos a solidariedade com o povo de Palestina e as suas justas reivindicações que se resumem em um estado palestiniano viável e soberano, com as fronteiras de 1.967 e capital em Jerusalém Este.
Em Espanha, desde há muitos anos, desenvolvemos múltiplas ações de apoio à causa Palestiniana. A solidariedade com o povo de Palestina está presente em todos os documentos importantes dos sindicatos de classe espanhóis (como se pode comprovar indo às suas páginas da internet).
Conhecemos a grande luta constante do povo palestiniano, em cada aldeia, em
cada cidade e nos organismos internacionais.
Hoje em Espanha sofremos os ataques do capitalismo mundializado. Temos mais de 22 % de trabalhadores em desemprego (cifra oficial do governo), cifra que supera 40 % se só contemplamos os jovens menores de 35 anos. A condições de trabalho e as leis laborais que promovem os governos (tanto os social-democratas como os conservadores) levam-nos de a
volta a realidades de há um século.
Tudo isso é devido à submissão dos citados governos às diretrizes da la União Europeia, hoje um súper estado controlado totalmente pe las multinacionais capitalistas que ainda aspiram a sacar mais benefícios de uma maior exploração dos assalariados de todos os povos.
A UE é à sua vez uma organização imperialista que, com o NATO, atacou muitos povos para impedir a sua soberania, independência e autogoverno, sempre com o objetivo de lhes roubar as suas riquezas (como se fossem novas colónias). Assim aconteceu com o Iraque, e a Líbia, está a acontecer no Afeganistão, e ameaçam de se realizar na Síria.
Por tudo isso a classe operária espanhola e as suas organizações classistas dizemos não à UE e não o NATO.
Com estes elementos de referência podemos dizer que o sindicalismo de classe na Espanha está a recuperar das dificuldades vividas no último período, tanto pe los ataques da burguesía como pe la ajuda a esta que estão a desenvolver os atualmente traidores (à sua classe) dirigentes de Comissões Operárias e UGT.
O próximo 29 de março há Greve Geral em Espanha, impulsionada pe lo sindicalismo de classe que se coordenou em Madrid em 21 de janeiro, e traçou a preparação da mesma. Conseguimos, desde janeiro até agora, que pouco a pouco se fosse concretizando esta grande jornada de luta contra o capital, primeiro em Euskadi e Galiza, depois em Canárias e Madrid, seguidos por Barcelona e Valencia, até ser finalmente em todos os recantos do estado onde desde as posições de classe se tenha obrigado (com muitas assembleias) aos sindicatos do sistema burguês (CCOO e UGT) a convocar, eles também, a confrontación com o patronato e os seus aliados.
Só lamentamos que ainda nos países da UE não tenhamos um forte sindicalismo de classe coordenado, capaz de combater a burguesía que está ela sim bem coordenada. Assim hoje 22 de março está a realizar-se uma muito importante Greve Geral em Portugal, na semana próxima será em Espanha, há poucas semanas foi na Itália e Bélgica, na Grécia foi também recente e repetida a sua luta em forma de exitosas greves gerais.
Deveremos melhorar a nossa luta comum para unificar as convocações (como faremos nos próximos dias 1 de maio e 3 de outubro) e ser mais eficazes, na Europa, na nossa luta contra o poder burguês.
A FSM já está a ajudar e ajudará mais a que a coordenação e o internacionalismo de classe avancem.
Também avançámos na luta solidária internacionalista, embora temos de denunciar que bastante menos do que seria possível se a outra internacional sindical, a social-democrata CSI (Confederación Sindical Internacional) não jogasse constantemente o papel de aliada do capitalismo mundial. Assim o deixou claro no seu Segundo Congresso (Vancouver, Canadá, 2.010) quando pôs a presidir no seu Congresso os máximos representantes do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da OMC (Organização Mundial do Comércio).
É evidente que este sindicalismo controlado pela socialdemocracia e a burguesía continuará, enquanto exista, apoiando o capitalismo, tal como fez no seu dia dando apoio a Pinochet no Chile e à Apartheid na África do Sul, ou como faz agora apoiando os que deram o golpe de estado contra Chávez na Venezuela, ou apoiando Israel contra as justas reivindicações da Palestina.
Nós, sindicatos de classe de todo o mundo, dizemos um rotundo NÃO a este sindicalismo de colaboração de classe e de pacto social.
Por isso, como sindicatos de classe do estado espanhol, apoiamos o esforço que realiza a FSM em solidariedade com o povo de Palestina. E em coerência reclamamos:
* Um estado viável e soberano palestiniano com as fronteiras de 1.967, e com capital em Jerusalém Este.
* A retirada das forças de ocupação israelitas dos territórios palestinianos.
* O fim dos colonatos e a retirada de todos os colonos.
* A demolição imediata do inaceitável muro de separação, que já atinge (entre cimento e metal) mais de 700 Km.
* O rápido retorno dos refugiados e exilados palestinianos aos seus lares.
* O levantamento do bloqueio dos interesses palestinianos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
* A imediata libertação de prisioneiros palestinianos e outros prisioneiros políticos detidos nos cárceres israelitas.
Estamos certos de que o resultado desta Conferência e a unidade da classe operária com posições clasistas em todo mundo, ajudará o povo palestiniano a conseguir estes objectivos e justas reivindicações.
VIVA O POVO DA PALESTINA!
VIVA O POVO Da PALESTINA!
VIVA A SOLIDARIEDADE DE CLASSE INTERNACIONALISTA!
VIVA A CLASSE OPERÁRIA!