Por ocasião do 9º Congresso da NEHAWU que se ocorreu nos dias 27 a 29 de Setembro de 2010 em Joanesburgo, o Secretário-geral visitou a África do Sul e fez um discurso no Congresso. O discurso do camarada Secretário-geral foi recebido com grande interesse e entusiasmo por todos os delegados.
Em 27 de Setembro celebrou-se um seminário internacional no decorrer do Congresso com a participação de muitos delegados internacionais de diferentes países. Os principais objectivos do seminário foram:
1. Dar uma oportunidade aos delegados de interagir e compreender o que é a FSM, assim como a União Internacional dos Serviços Públicos (UIS-Serviços Públicos).
2. Trocar experiências sobre os temas do capitalismo global e a agenda imperialista e como esta afecta a classe operária.
3. Debater temas sobre a revolução Cubana e a solidariedade Cubana;
4. Dar aos delegados a oportunidade de fazer uma análise dos impactos da crise económica mundial sobre o emprego, a pobreza, os direitos humanos e os direitos sindicais;
5. Habilitar uma plataforma para examinar os problemas dos direitos humanos e a democracia no continente africano;
As recomendações do seminário incorporaram as resoluções do Congresso.
Este seminário dói também uma oportunidade para celebrar o 65º aniversário da FSM
A seguir pode ler o discurso pronunciado pelo camarada Secretário-geral da FSM, Georges Mavrikos no 9º Congresso Nacional da NEHAWU:
“Estimado Secretário-geral do Partido Comunista da África do Sul,
Estimado companheiro Fikile Secretário-geral da NEHAWU e companheiro Lulamile primeiro vice-presidente da NEHAWU
Presidente da COSATU,
Queridos amigos da direcção da COSATU
Trazemos aqui uma saudação militante e de classe da grande família da FSM. Dos nossos oitenta milhões de filiados de cento e vinte países de todo o mundo. Desejamos o maior êxito a este congresso para benefício do seu sector. Para o benefício de todos os companheiros que participaram na grande greve. Nesta greve dura e muito importante e na sua contínua luta de classe.
Queridos companheiros
O 9º Congresso da NEHAWU acontece num período crucial para a classe trabalhadora do mundo. Vivemos um período de uma profunda crise do capitalismo. Nos EUA, no Japão, na União Europeia, a crise económica é profunda. Os centros imperialistas estão no centro da crise.
O total da dívida pública dos EUA é de doze biliões de dólares.
O total da dívida pública no Japão é de 10 biliões de dólares
Vários pequenos países capitalistas como Grécia, Lituânia, Hungria, Bulgária, Portugal têm uma dívida pública igual a cem por cento do seu PIB.
Nos EUA sete milhões de postos de trabalho foram perdidos desde o inicio da crise.
Em Espanha, a taxa de desemprego é de 23%. Na Grécia no ano estava em 8,7% e este ano é já de 13% e a taxa oficial alcançará os 20%. O capital, os capitalistas, neste período de crise são cada vez mais agressivos. Mais cruéis.
Seus governos, tanto os neo-conservadores como os sociais-democratas atacam os direitos dos trabalhadores.
Na Grécia e Hungria, reduziram os salários em 15%.
Em França, em Itália, na Grã-Bretanha, as privatizações são generalizadas.
Em toda a parte aumentam a idade de reforma.
Privatizam a saúde, a educação e a segurança social.
E mais, a crise económica do sistema capitalista está a gerar uma forte concorrência inter-imperialista e inter-capitalista. A agressão do imperialismo está a aumentar perigosamente .
Isto é o capitalismo:
Desemprego e pobreza
Barbárie e exploração
Mas, pode este sistema dar soluções sociais a favor das pessoas? Não
Pode o capitalismo adquirir um rosto humano? No
Pode este sistema de exploração converter-se num futuro para nós e para nossos filhos? Não, não pode ser, é impossível.
O futuro da humanidade é a classe operária e o socialismo. Só o socialismo
As grandes lutas dos sindicatos de classe, as grandes greves na Europa, na Grécia, em França, em Portugal, na Turquia, na Ásia, na Índia, no Paquistão, no Bangladesh, demonstram que a classe operária tem as suas próprias propostas. Tem os seus próprios objectivos.
Queridos companheiros e companheiras
A FSM celebra este ano 65 anos desde a sua fundação, a 3 de Outubro de 1945.
Estamos orgulhosos da história da FSM, 65 anos de lutas classistas. Sempre ao lado das pessoas que lutam pela sua independência nacional, pela liberdade e pelo progresso social. As lutas contra o racismo, contra o apartheid. Sabem que no âmbito sindical internacional há duas centrais sindicais.
Uma delas é a Federação Sindical Mundial, fundada em 1945 como acabo de mencionar e a outra é a CSI, que se chamava CIOSL quando foi fundada em 1949 e à 5 anos o seu congresso de Viena mudou o nome para CSI.
Estas duas organizações internacionais expressam mundos diferentes dentro dos sindicatos. Expressam dois pontos de vista diferentes.
Por um lado, a Federação Sindical Mundial crê nos princípios da luta de classes em contrapartida a CSI, crê na cooperação de classes e nas políticas do FMI.
De um lado está a Federação Sindical Mundial que apoia a revolução Cubana, a Venezuela e Palestina e do outro lado está a CSI que apoia Israel, difama Cuba e Hugo Chavez.
De um lado está a Federação Sindical Mundial que luta pela abolição do capitalismo e do outro está a CSI, que tem como objectivo modernizar o capitalismo.
A principal ferramenta da CSI é o dinheiro e a compra de sindicalistas.
A principal ferramenta da FSM é a nossa ideologia, a nossa política, a nossa história e o internacionalismo proletário.
Queridos amigos e amigas
Hoje a FSM encontra-se em 120 países e seguimos em diante. Agora estamos a preparar o nosso 16º Congressp Sindical Mundial que terá lugar em Atenas, na Grécia, de 6 a 10 de Abril de 2011.
Convidamos todos os sindicatos de classe.
Dirigimos um convite aberto a todos vós. No 16º Congresso Sindical Mundial desejamos que NEHAWU, NUMSA, CEPPHAWU, a Federação Mineira e todas as federações da heróica COSATU desempenhem um papel fundamental.
Porque a FSM é a nossa família. De aqui até 2011, a Federação Sindical Mundial junto com os nossos filiados e amigos no sul de África, tem a intenção de fundar a Oficina Regional da FSM. Pedimos a vossa colaboração. Daqui até Abril de 2011 queremos organizar juntamente com os nossos irmãos da África do Sul e outros sindicatos uma Conferência Sindical Mundial de Solidariedade com o Povo Palestino. Porque hoje o imperialismo dos EUA está a pressionar o povo da Palestina a aceitar as condições de Israel.
Temos o dever internacionalista de nos mantermos firmes ao lado da justa luta do povo da Palestina.
Queridos amigos, para terminar, desejo um grande êxito para o vosso Congresso.
Via o internacionalismo proletário
Viva a NEHAWU!
Viva a classe operária”